Crise climática e COP30: os bastidores dos bombeiros para a conferência
Os incêndios florestais enfrentados no mundo serão a pauta norteadora da próxima Conferência das Nações Unidas sobre o Clima (COP30). Antes mesmo de as autoridades desembarcarem aqui, o país se prepara para levar iniciativas, estratégias e soluções a essas demandas provenientes da crise climática. Isso inclui os trabalhos realizados pelos bombeiros e os insights fomentados sobre o tema, englobando a preparação dos profissionais para o evento, a ocorrer em Belém, PA, em novembro.
Ações para a COP30
Em janeiro, o Corpo de Bombeiros Militar do Pará (CBMPA) se reuniu com equipes da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) e da Fundação de Apoio para o Desenvolvimento da Educação Paraense (Fadep) para dar suporte em relação a segurança nas 17 escolas estaduais adaptadas para alojamento durante a COP30, como os projetos preventivos contra incêndios e vistorias.
“As ações de segurança vão iniciar com uma inspeção prévia nas escolas, para o reconhecimento de área, observando as características das estruturas físicas e eventuais problemas que precisem ser solucionados. Vamos observar caso a caso, porque cada escola tem uma estrutura diferente, uma realidade de sistema diferente, para podermos solucionar os possíveis gargalos”, explica o coronel Pablo Oliveira, Serviços Técnicos do CBMPA.
Treinamento com cães
O CBMPA reforçou a capacitação de equipes com cães para ocorrências de desaparecimento em mata ou acidentes em locais de difícil acesso. Um dos treinamentos ocorre em Altamira, no sudoeste paraense, em parceria com a Guarda Municipal, e já acontece há cerca de cinco meses. Além da localidade, os quartéis de Santarém e Belém também são palco dessas capacitações. Quando há necessidade, os cães também participam de ações policiais.
De acordo com o governo do Pará, um cachorro equivale a 20 militares em ação, por conta do alcance olfativo, agilidade e facilidade no deslocamento do animal. “Por ser uma conferência de meio ambiente, muita gente vai querer ter contato direto com a natureza, indo a lugares mais distantes dos centros urbanos e, eventualmente, pode se perder no meio da floresta. Mas nós estaremos prontos para dar uma resposta rápida na solução desses casos”, comenta o 1° Tenente Ramon Sousa, subcomandante do 9° Grupamento Bombeiro Militar, e um dos instrutores.
“O trabalho integrado é fundamental porque fortalece a missão de salvar vidas, garante a segurança da sociedade, possibilita troca de experiências entre os agentes de segurança e agiliza o processo de aprendizagem dos animais”, arremata Éliton de Lima, coordenador do Canil da Guarda Municipal em Altamira.
Amazonas
O governo do Amazonas anunciou em janeiro a criação de um Comitê Permanente de Enfrentamento a Eventos Climáticos e Ambientais para coordenar ações de combate a queimadas, secas e cheias, formado por 33 órgãos da administração direta e indireta do governo estadual.
O estado também adquiriu caminhões com recursos do Ministério da Justiça, que serão enviados a partir de maio a 15 municípios. Nessas localidades, brigadas permanentes serão formadas para reforçar o combate ao fogo.
“O comitê terá o apoio e orientações de um grupo de cientistas e vai trabalhar de forma coordenada na resposta aos desastres ambientais a partir de relatórios detalhados sobre os eventos para uma ação mais precisa e eficiente. A ideia é antecipar soluções e reduzir os danos causados pelos eventos com um planejamento estratégico contínuo”, informa notícia divulgada pelo Amazonas Atual.
Foto: Bruno Cruz – Agência Pará