Bombeiros superam desafios em combate a incêndio e resgate de trabalhadores em torre eólica
Já noticiamos em Incêndio sobre complexidade que os bombeiros enfrentam ao lidar com ocorrências em ambientes verticais. Quando isso é aliado com combate às chamas e resgate de vítimas, a precisão e estratégia precisam estar em sintonia. Incêndios em torre eólica também precisam dessa expertise.
Um caso recente aconteceu em uma manutenção do aerogerador na região de Areia Branca, RN. Segundo o g1, dois trabalhadores da concessionária Neoenergia, proprietária do parque eólico, foram surpreendidos por um incêndio em uma torre eólica, que foi controlado pela brigada de emergência da empresa.
Resgate em torre eólica
A torre eólica ficava em torno de 60 metros de altura e a concessionária esclareceu ainda que o elevador da torre eólica estava funcionando, mas não foi acionado por questões de segurança. Os trabalhadores se abrigaram em uma área da torre até a chegada do resgate que foi feito pelo Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer) e do Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Norte (CBMRN), em que foram resgatados com segurança.
“É uma operação que não é simples de realizar e o cenário era adverso por causa da força do vento e da proximidade das pás da torre eólica, entre outros fatores”, afirmou sargento Eridson, piloto da aeronave, ao g1.
Penhascos
Seja em um prédio de grandes proporções, em uma fábrica ou mesmo em uma montanha íngreme, o trabalho dos bombeiros em um resgate precisa de um treinamento apurado antecipado, para que a operação seja exitosa e sem demais danos, inclusive com uma capacitação inédita na América Latina.
É o caso da primeira edição do curso Rope Rescue Technician, promovido por uma escola dos EUA do segmento de trabalho em altura, envolvendo instrutores norte-americanos, empresas de equipamentos e por instrutores brasileiros, cujo foco foi aprimorar técnicas de acesso por corda e resgate industrial.
Além do tradicional salvamento em altura, os alunos, dosCorpos de Bombeiros Militares de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Paraná e Santa Catarina, além de Colômbia, Argentina e Chile, obtiveram técnicas mais avançadas de salvamento em grandes ângulos, como ribanceiras e penhascos, com destaque para a transposição de vítimas por obstáculosou grandes vãos, ou seja, entre rios, cânions e prédios, por exemplo.
“Importante salientar que foram utilizados equipamentos de última geração para esses tipos de operações de salvamento, como tripés pivotantes, sistemas de redução de força, descensores e polias de resgate”, informa comunicado do CBMSC, que recepcionou os participantes, cujo treinamento ocorreu na cidade de Mafra, SC, em novembro.
Reflorestamento
Bombeiros, Defesa Civil, voluntários e brigadistas que atuam no combate às chamas em vegetações também precisam estar preparados não apenas para lidar com essa situação, mas também em possíveis resgates e, inclusive, no trabalho de verificação de prejuízos ambientais e funções mais direcionadas, como o reflorestamento de áreas atingidas.
Durante 15 dias em setembro último, 1,1 mil hectares da Serra do Paredão, no Sul de Minas, foram atingidos por um incêndio, que devastou a área. No momento, voluntários e integrantes da Secretaria de Meio Ambiente de Santa Rita do Sapucaí, que abrange a região, têm trabalhado no plantio de espécies nativas, resgate de animais e até pilotos de paraglider têm lançando sementes, com a missão é devolver a vida à serra.
“O pessoal usava avião, usava helicóptero ou então usavam tecnologias de última geração. E nós vimos que era possível trabalhar com voluntários com equipes menores e usando também o paraglider”, explica, ao g1, Francisco Eduardo de Carvalho Costa, diretor de Meio Ambiente de Santa Rita do Sapucaí.
Foto: CBMRS