Bombeiros reiteram a importância da segurança em ambientes verticais
As cidades estão passando por grandes modificações imobiliárias, e não raro observarmos a quantidade crescente de construções verticais, como edifícios residenciais e comerciais.
Para se ter uma noção, segundo o último Censo do Instituto Brasileiro de Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os apartamentos são o segundo tipo de domicílio presente no país, com 10.767.414 residências do tipo, avançando mais de 4,1 pontos percentuais em 12 anos, saltando de 8,5% para 12,5%, e cresceu em todas as regiões e todas os estados.
Esse cenário demanda medidas de segurança mais robustas a todos os atores envolvidos, desde as construtoras até os bombeiros, haja vista que é de extrema importância a implementação de ferramentas e normas para que salvaguardem as pessoas que vivem e trabalham em tais espaços verticais, evitando incêndios, desabamentos e outras ocorrências mais complexas.
Compartimentação em ambientes verticais
Essa medida de segurança visa a contenção de incêndio em ambientes ou pavimentos de origem “e é obtida pela subdivisão do edifício em células capazes de suportar ação da queima dos materiais combustíveis nelas contidos, impedindo e rápido alastramento do fogo”, informa artigo do site A5S Laudos e Engenharia.
A norma que trata desses mecanismos é estadual, desenvolvida pelos Corpos de Bombeiros, e conhecida pela instrução técnica 9 (IT-09). Dentre os pontos descritos no documento, define as áreas máximas de compartimentação, levando em consideração todos osambientes presentes na edificação,como pavimentos e mezaninos, interligados (sem compartimentação horizontal ou vertical) com opavimento considerado.
Também dispõe de informações sobre as medidas que precisam ser adotadas, como a implementação de paredes, selos, vedadores, portas, registros (dampers), dispositivos automatizados de enrolar corta-fogo, além de afastamento entre aberturas.
Segurança estrutural e trabalho em altura
No Ceará, o Comando de Engenharia e Prevenção de Incêndios (CEPI), por meio de sua Célula Científica de Avaliação e Desempenho (CECAD), desenvolveu uma cartilha de segurança em condomínios residenciais, com foco em contribuir para o aprimoramento contra incêndio e pânico em tais edificações, em especial as verticais.
Passo a passo para regularização, utilização de GLP (Gás Liquefeito de Petróleo), riscos de descargas elétricas, utilização correta de saídas de emergência, sinalização, hidrantes e extintores são alguns dos pontos discutidos na publicação, voltada ao público em geral. “A cartilha busca esclarecer dúvidas e facilitar o entendimento de todos os cidadãos sobre a necessidade e utilização dos sistemas preventivos, bem como apresentar de forma simples os conceitos de engenharia de segurança contra incêndios”, frisa o capitão FilipiBentemuller, chefe do CECAD.
Já no que se refere ao treinamento em altura por parte das corporações, no Espírito Santo, foi realizada recentemente uma simulação, que incluiu resgate, rapel e tirolesa na Torre Lótus, do Taj Home Resort, empreendimento em Vila Velha, considerado um dos mais altos no estado, com 50 pavimentos e chegará a uma altura de 158 metros.
Na simulação, que foi aberta ao público, os soldados desceram a torre mostrando como funciona o resgate em altura de vítimas, inclusive em macas. “Realizamos anteriormente as avaliações e definimos os melhores pontos de ancorageme o treinamento aconteceu durante toda a semana”, endossa o major Tales de Aquino Neves, comandante da 4ª Cia Independente, ao site ES Brasil. A atividade demanda habilidade, técnica e um elevado nível profissional por parte dos militares envolvidos, inclusive a equipe especializada em ocorrências de desastres da corporação, que atuou, inclusive, nas enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul.
Foto: Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo