Bombeiros militares participam de curso sobre incêndio de carros elétricos

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O número de carros elétricos e híbridos aumentou 787,5% no Brasil entre 2019 e 2023, de acordo a Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran). Para aprimorar o entendimento desses veículos, 200 participantes integraram um workshop promovido recentemente pelo Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC), na cidade de Mafra.

O evento englobou simulados e palestras com especialistas do assunto e de outras corporações, como do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Sergipe (CBMSE), realizada pelo sargento Jean Michel Reis Vasconcelos. “É importante um mapeamento de estatísticas e a utilização de sistemas de baixa tensão para desativar a alta tensão nessas ocorrências. Também temos riscos associados, como explosões, evaporação de tóxicos e questões mecânicas”, frisa o militar.

Já o sargento Rubens Bezerra Lima de Montalvão, do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), especialista no tema desde 2012, falou da composição das baterias de tração veicular e os desafios na fase de pré-socorro. “É necessário ter um conhecimento preciso dos veículos elétricos em meio às chamas, por exemplo. Atualmente, o uso de aplicativos facilita muito essa identificação. Vale lembrar que volumes maiores de água são necessários para resfriar os módulos das baterias e evitar que as chamas se espalhem”, comenta.

 

Carros e a bateria de lítio

 

As baterias de lítio são o grande desafio em lidar nessas ocorrências, apontam os especialistas. No evento, 9º Batalhão de Bombeiros Militar (9º BBM) do CBMSC simulou a queima de packs desse material, com apoio da WEG, empresa catarinense representada pela Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE), e a empresa holandesa FireIsolator, por meio da Autarcia Negócios.

“Embora os incêndios em veículos elétricos sejam menos frequentes que em carros a combustão, as chamas são mais intensas e exigem técnicas de combate diferenciadas. Também é possível o reaproveitamento de até 97% dos componentes das baterias”, explica Valter Luiz Knihs, diretor industrial da WEG.

Drones e câmeras térmicas garantiram o monitoramento da temperatura das baterias de diferentes potências e composições químicas, o que abrangeu o uso das de 16 quilowatts/hora, que foram colocadas em carcaças de veículos.

Além de Santa Catarina,o workshop contou com bombeiros militares, comunitários, voluntários e civis do Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Maranhão, Paraíba, Sergipe e Distrito Federal, bem como profissionais da Polícia Científica, pesquisadores, empresários do setor automotivo e especialistas em perícia de incêndio, informa o CBMSC.

Foto: CBMSC

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