Do treinamento ao atendimento nas ocorrências, bombeiros precisam estar com a saúde em dia

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Todas as pessoas precisam cuidar da saúde, o que envolve alimentação, prática de exercícios, sono regular e uma visita ao médico para verificar se tudo está (realmente) bem. A fórmula também se aplica aos bombeiros que, mesmo com sua rotina desafiadora, necessitam de uma boa saúde física e mental para exercerem o seu ofício.Inclusive, este assunto é recorrente aqui em Incêndio.

Rodrigo Santana, educador físico e especialista em Fisiologia do Exercício e Reabilitação Funcional da Fundação Pró-Tocantins, explica que um dos aspectos cruciais do trabalho dos bombeiros militares se concentra no condicionamento, já que precisam ter uma força acima da média além da agilidade na solução das ocorrências.

 

Saúde dos combatentes

 

Em 2012, o profissional realizou uma pesquisa, em que foram avaliadas as condições físicas em todos os bombeiros do estado para levantamento de dados. Os resultados mostraram um número considerável de bombeiros sedentários e com índices preocupantes de obesidade, hipertensão, diabetes, bem como lesões oriundas da má postura no trabalho, sendo coluna (62%); joelhos (45%) e ombros (37%).

“Após a análise dos dados, criamos um programa de treinamento físico e implantamos o Teste de Aptidão Física (TAF). No primeiro ano, a adesão foi facultativa, já no ano seguinte em caráter obrigatório, com testes aplicados semestralmente. Aos bombeiros reprovados foi mandatória participação no programa. Já os aprovados, a opção era facultativa, porém a grande maioria participava dos treinamentos ofertados. Após o terceiro ano de TAF, a percepção na melhora no desempenho funcional dos bombeiros nas atividades exigidas em seu serviço foi bem notada”, destaca Santana.

 

Treinamento assegurado

 

A atividade do bombeiro não se restringe nas ocorrências e salvamentos, mas também no treinamento e capacitação constantes, o que não deixa de ser um momento mais tenso e que também incorre a muitos riscos.

Um caso recente que gerou muita repercussão foi a morte do soldado Lucas Veloso Perez, de 27 anos, em fevereiro, ao afogar-se quando fazia um treino de salvamento do Corpo de Bombeiros, em Cuiabá, MT.

O coronel Fernando Tinoco Carneiro, secretário adjunto de Integração Operacional da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), disse em coletiva que está em discussão medidas para que outros casos de morte durante treinamentos não voltem a ocorrer. “É um assunto que está em pauta e, com certeza, as mudanças e o aprimoramento para evitar que aconteça fatos dessa natureza. O objetivo nosso é formar profissionais capacitados para entregar um serviço de qualidade, com eficiência à população e, para que eles façam isso, devem passar por um treinamento adequado”, ressaltou, ao site HNT.

O governador do estado, Mauro Mendes (União Brasil), inclusive, anunciou que está discutindo a implementação de gravação dos treinamentos nas aulas de formação para o Corpo de Bombeiros, válida para todas as formações de oficiais dentro da Segurança Pública. “Vamos fazer um decreto estabelecendo a obrigatoriedade dessas gravaçõesnas formações de oficiais da polícia civil, do bombeiro. A formação que envolva alguma atividade de risco deverá ser 100% filmada, para registrar a atuação de todos os envolvidos”, afirmou em março, ao Jornal Estadão Mato Grosso.

 

Saúde em dia

 

Em Minas Gerais, 75 militares do Corpo de Bombeiros Militar (CBMMG) participaram do Treinamento Profissional Básico, na sede da 5ª Companhia Independente de Bombeiros, em Sete Lagoas, e no 2º Pelotão, em Curvelo.

A capacitação é anual, ocorre em uma semana, e engloba o aprimoramento em áreas como combate a incêndio urbano e pânico, salvamento aquático e mergulho livre, proteção e defesa civil, tiro e o TAF. “Em 2024, de maneira inovadora, foram realizados treinamentos em lagoa, visando aprimorar as técnicas e preparar a tropa para situações desse tipo de afogamento e em represas, que, infelizmente, têm ocorrido com frequência na região”, informa nota.

A corporação também enfatiza que o treinamento proporciona, por meio da teoria e prática, “assegurar o vigor físico e a destreza da tropa”, além de padronizar procedimentos e metodologias.

Um bom exemplo vem do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ), que por meio da Diretoria Geral de Saúde (DGS) promoveu a 11ª Edição do Programa ‘DGS em Ação’, levando serviços de saúde ao 10º Grupamento de Bombeiro Militar (GBM), em Angra dos Reis.

Na ação, os militares e famílias puderam realizar exames preventivos, como audiometria, avaliação de índice glicêmico e até atendimentos mais apurados nas áreas de otorrinolaringologia, cardiologia, endocrinologia, proctologia, nutrição e cirurgia, com foco no câncer de pele.

 Foto: Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro

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