Muitas tecnologias já fazem parte do nosso cotidiano e nos auxiliam nas mais diversas tarefas e essas benesses também são aliadas dos bombeiros no combate a queimadas. Em março, a big-tech Google anunciou o lançamento bem-sucedido e a comunicação com a Terra do primeiro satélite FireSat, da Base da Força Espacial de Vandenberg, Califórnia, como parte da missão Transporter-13, da gigante do setor SpaceX. Ele faz parte do arsenal tecnológico.
O satélite é o primeiro de mais de 50 planejados para fazer parte uma única constelação de monitoramento, que utilizará a Inteligência Artificial (IA) como diferencial de detecção de chamas ainda incipientes, em torno de 5×5 metros, ou seja, menores que as dimensões de uma sala de aula.
Segundo matéria do site Investing, o FireSat pretende fornecer imagens de alta resolução atualizadas globalmente a cada 20 minutos, o que facilitará as equipes de emergência a detectar incêndios florestais antes que possam causar danos significativos.
Arsenal tecnológico: de Inteligência Artificial aos drones
Além da importância da IA na precisão do monitoramento, outros dispositivos são pertinentes nas ocorrências. Em São Paulo, a Fundação Florestal, órgão vinculado à Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), faz o monitoramento em tempo real de possíveis focos de incêndio em unidades de conservação por meio de drones termais.
A ferramenta empregada transforma a radiação infravermelha em imagens visíveis ao olho humano e o sensor de calor é sensível a qualquer objeto ou corpo aquecido a uma temperatura maior que zero absoluto (-273 °C) com emissão de ondas eletromagnéticas.
Além desse incremento no arsenal tecnológico, é feito também compilações por meio de dois mapas da Defesa Civil que conseguem detectar possíveis focos ou identificar pontos de queimada já existentes, graças a utilização de algoritmos e satélites. Denominado Mapa de Risco de Incêndio, a ferramenta tem como propósito a prevenção: com base em modelos meteorológicos, antecipa as chances de incêndio em um determinado local antes mesmo de ocorrerem, por conta de algoritmos que verificam dados de nível de chuva dos últimos dias, cobertura vegetal, umidade do ar e do solo, temperatura e velocidade do vento.
“Assim, conseguimos visualizar cenários críticos que podem acontecer dois ou três dias depois e emitir um alerta do centro de gerenciamento de emergência para o município”, explica o coronel PM Henguel Ricardo Pereira, Coordenador Estadual de Proteção e Defesa Civil e secretário-chefe da Casa Militar.
Inovação premiada
O monitoramento via satélite proporciona também premiações. O sistema usado pelo Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso (CBMMT) foi agraciado pelos primeiros lugares nas categorias Geral e por estado no Prêmio de Boas Práticas 2024 – Segurança Pública, do Consórcio Brasil Central, entregue em dezembro de 2024.
Desenvolvida pelo Batalhão de Emergências Ambientais (BEA) da corporação, a plataforma reúne imagens captadas por vários satélites qualificados e gera dados em tempo real, como focos de calor, direção do vento, umidade do ar e precipitação de chuvas, bem como tem a capacidade de indicara predição de fogo, apontando áreas de risco de incêndio nas vegetações a partir do cruzamento de dados meteorológicos e reincidência do fogo, garantindo aos bombeiros uma resposta mais rápida nessa ocorrência.
“Investimos e desenvolvemos uma plataforma única, essencial para uma ação mais eficiente contra o fogo por reunir dados em tempo real. Somos referência no combate aos incêndios florestais e o prêmio é mais uma prova disso”, comemora coronel Flávio Glêdson Bezerra, comandante-geral do CBMMT.
Foto:Marcos Vergueiro – Secom-MT
