Obrigatoriedade do uso de extintor em veículos de passeio prossegue em discussão 

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Assunto recorrente aqui em Incêndio, a volta da obrigatoriedade o uso de extintores em veículos de passeio segue em tramitação. O extintor em discussão é o do tipo ABC, ou seja, contém pó químico para combater incêndios das classes A (materiais sólidos), B (líquidos inflamáveis) e C (equipamentos elétricos energizados).

De acordo com a Agência Senado, a proposição foi rejeitada na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), porém aprovada na Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor (CTFC) e aguarda a análise do Plenário do Senado. O PLC 159/2017 é defendido pelo relator na CTFC, senador Eduardo Braga (MDB-AM), mas foi criticado pelo relator na CAE, Styvenson Valentim (Podemos-RN).

Segundo Braga, também à Agência Senado, 17% dos recalls de automóveis no país acontecem por falhas que poderiam causar incêndios e o Brasil é signatário da Regulação Básica Unificada de Trânsito — junto com Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai, Peru e Uruguai —, que exige o extintor para a circulação de veículos entre esses países. “Lamentavelmente, os bombeiros não têm estrutura para atender as vítimas com a devida celeridade, e por isso faz diferença a existência de um instrumento como esse dentro dos carros. É uma questão de garantir segurança”, frisa o parlamentar.

 

Associações do setor automotivo

 

À IstoÉ, associações do setor automotivo veem com preocupação esse assunto. A Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA) comenta que os avanços do setor proporcionaram um decréscimo dos riscos de incêndio em veículos modernos. Já a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) também destaca a segurança estrutural dos veículos minimiza as chances de incêndio.

“Os extintores são particularmente eficazes em lidar apenas com princípios de incêndio, sendo inúteis após o fogo ganhar proporções maiores. A rapidez com que um incêndio veicular pode evoluir, especialmente em casos de vazamento de combustível, enfatiza a necessidade de pronta intervenção do Corpo de Bombeiros”, destaca a reportagem.

 

Aquecimento do mercado

 

Em meio a essas discussões, o mercado fabricante de extintores estima crescimento com a possível demanda. Uma das empresas, a Kidde Global Solutions (KGS) projeta um crescimento de 15% nas vendas no Brasil em 2025.

“Se voltar essa obrigatoriedade, nós já estamos preparados para investir mais na nossa equipe, na nossa fábrica, aumentar a capacidade de produção para voltar a atender esse mercado de novo”, afirma Marcelo Zeppelini, diretor-geral da KGS na América Latina, à Veja.

 

Foto: Cristino Martins/Agência Pará

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