Monitoramento diário do ISB mostra que notícias de incêndios estruturais continuam em alta
As notícias de incêndios estruturais continuam em alta em 2024. É o que revela o levantamento do Instituto Sprinkler Brasil, organização sem fins lucrativos que tem como missão difundir o uso de sprinklers nos sistemas de prevenção e combate a incêndios em instalações industriais e comerciais no País. Por meio do monitoramento diário de notícias de incêndios no Brasil, o Instituto conseguiu capturar 1159 ocorrências de incêndios estruturais nos seis primeiros meses deste ano, representando alta de 5,8% ante o mesmo período de 2023, quando foram registradas 1095 notícias.
Os números representam crescimento em comparação com o primeiro semestre de 2022 (1001 ocorrências) e também em relação à primeira metade de 2021, quando foram capturadas 1099 reportagens. “Infelizmente mais um ano se inicia com alta nos registros de incêndio no Brasil. O monitoramento diário de notícias feito pelo ISB segue sendo o único meio para estimarmos como está a questão de incêndios no Brasil, uma vez que as estatísticas de ocorrências coletadas pelos corpos de bombeiros estaduais não são divulgadas”, diz Marcelo Lima, consultor do ISB.
Notícias em alta
Os sinistros contabilizados são chamados de “incêndios estruturais”, ou seja, aqueles que poderiam ter sido contornados com a instalação de sprinklers e ocorreram em depósitos, hospitais, hotéis, escolas, prédios públicos, museus, entre outros. O ISB não inclui nas estatísticas os incêndios residenciais, que apesar de também serem incêndios estruturais, não são objeto de acompanhamento porque a legislação de segurança contra incêndio não se aplica a residências unifamiliares, onde acontece o maior número de ocorrências.
“Reforçamos o pedido aos corpos de bombeiros para que publiquem os dados de ocorrências a fim de que pesquisadores, profissionais do setor, imprensa e a sociedade em geral consigam entender a real dimensão dos incêndios no país”, finaliza Lima.
Uso de sprinklers ainda é tímido
Em pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos junto a empresas multinacionais e de capital nacional com mais de 250 funcionários a pedido do ISB, revelou que o grau de adoção de sprinklers nas empresas é baixo. Apenas 36% das 300 companhias entrevistadas pelo Ipsos disseram contar com sistemas deste tipo em suas instalações.
O levantamento mostrou ainda que apenas 14% das entrevistadas disseram contar com sistema deste tipo em todas as suas unidades e 22% declararam contar com o sistema em apenas algumas unidades operacionais.
O estudo detectou que o uso de sprinklers é maior entre as multinacionais. 48% das empresas estrangeiras, com operações no país, ouvidas pelo levantamento, disseram ter sprinklers em suas operações. Entre as empresas nacionais, o índice é de 34%.
O porte também influi na aderência a este tipo de tecnologia. O índice de uso sprinklers em empresas com mais de 500 funcionários é de 45%. Entre empresas menores, com 250 a 499 funcionários, o percentual é de 28%.