Incêndios florestais são combatidos com ações de voluntários, pesquisa e iniciativa

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O Brasil, além do desmatamento que vem ocorrendo em sua vasta cobertura de florestas, sofre também com as questões de queimadas. Para se ter noção da dimensão dessa demanda, no primeiro bimestre de 2023, a Amazônia concentrou 90% das áreas com queimadas. Ao todo, o perímetro atingido foi de 487 mil hectares, de acordo com informe do Monitor do Fogo, iniciativa do Projeto de Mapeamento Anual do Uso e Cobertura da Terra no Brasil (MapBiomas), em parceria com o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam). No primeiro bimestre de 2022, a área totalizou 654 mil hectares.

A notícia foi dada pela Agência Brasil, acrescentando que nos seis biomas (Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal), em 536 mil hectares houve focos de incêndios. Vera Arruda, pesquisadora do Ipam, informa que a área é 28% menor do que a registrada no primeiro bimestre de 2022: “Mesmo assim, são muitos hectares queimados, em um período de mais chuva”, afirma a pesquisadora, que integra a equipe responsável pelo Monitor do Fogo.

Combate aos incêndios florestais

 

Isso demonstra que o combate ao fogo se dá de diversas maneiras, como a atuação de voluntários, corpo de bombeiros e ações nas esferas governamentais. Fazendo um recorde no Pantanal, que também sofre com constantes queimadas, muitas delas indiscriminadas, tiveram sua mitigação com resultados promissores por meio da ação de pessoas engajadas em prol da natureza.

Em 2022, durante 182 dias, o Corpo de Bombeiros de Corumbá, MS, mobilizou 600 militares que se revezaram em pontos isolados para chegar rapidamente ao fogo. Além do efetivo, houve o auxílio de Ibama e voluntários, que somam 18 brigadas comunitárias e outras 10 particulares em fazendas pantaneiras, bem como cinco equipes em terras indígenas.

Segundo números do Inpe, o registro de focos de calor foi de pouco mais de 1,6 mil, queda de 80% em relação ao ano anterior. Foi o segundo ano com menor incidência de queimadas, ficando atrás só de 2014. Os dados são analisados desde 1998.

 

Iniciativas

 

A importância da implantação de brigadas de incêndios em um município é enorme, pois tornam-se é responsável por agir rapidamente em situações de emergência e minimizar os danos causados ​​pelo fogo, além de ser fundamental para garantir a segurança da população e do patrimônio público e privado. As pessoas nelas envolvidas devem estar preparadas para atender a diversas situações, como incêndios em residências, comércios, florestas, florestas, entre outros.

O capitão Renê Gonçalves da Silva, coordenador do Curso de Brigada e subcomandante do Comando de Bombeiros do Interior do Amazonas, foi um dos condutores de um curso em São Gabriel da Cachoeira e destacou que o treinamento, de 104 horas e com 47 participantes, ocorreu sem nenhuma intercorrência de acidentes ou incidentes e abordou técnicas operacionais de combate a incêndios urbano e florestal, atendimento pré-hospitalar e salvamento aquático, incluindo em piscina, lagos e igarapés, além de noções básicas de resgate em alturas, nós e amarrações.

 

Nova portaria

 

Ações governamentais também são imprescindíveis. O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) publicou em 06 de março a Portaria GM/MMA nº395, de 3 de março de 2023, que declara estado de emergência ambiental em risco de incêndios florestais para diversas regiões do país em épocas específicas. A medida viabiliza o início do planejamento do Programa de Brigadas Federais do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo) do Ibama.

O programa prevê a contratação de brigadas indígenas, quilombolas, de assentamentos com remanescentes de vegetação, brigadas especializadas em biomas e as brigadas de pronto-emprego, o que ocorrerá por meio de nova portaria. “Nosso objetivo é intensificar as ações de prevenção aos incêndios neste ano com um melhor mapeamento das regiões necessárias para queimas prescritas e atividades de educação ambiental, com apoio dos brigadistas, mediante planos de ação com as comunidades”, conta Flávia Leite, coordenadora-geral do Prevfogo.

A pesquisadora do Ipam, Vera Arruda, também reitera o alerta: “Nos últimos tempos, o fogo não acontece mais como naturalmente ocorreria na vegetação, porque conta com a presença de raios, ou seja, mais entre as estações, entre maio a julho. E a gente vê que, na verdade, o fogo do Cerrado, por exemplo, se concentra no auge da estação seca, entre agosto e setembro, que são os meses mais críticos. A maioria do fogo na vegetação vem de origem antrópica, humana, não é de origem natural”, conclui.

Foto: Divulgação/Ibama

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