‘Dia do fogo’: caso arquivado e sensação de impunidade

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Os incêndios que assolam o Brasil, em especial em São Paulo, rememoraram o chamado “Dia do Fogo”. Em 2019, por meio de uma articulação via mensagens de celular, ocorreu uma série de incêndios florestais em Novo Progresso, no sudoeste do Pará, entre os dias 10 e 11 de agosto. A sensação de impunidade se manifesta em casos como esse.

“As suspeitas de que as queimadas em municípios haviam sido combinadas surgiram após um veículo jornalístico da cidade publicar uma reportagem informando que empresários e fazendeiros da região haviam combinado os incêndios por meio de um grupo de WhatsApp”, informa reportagem da BBC.

 

Combatendo a impunidade

 

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal no Pará (MPF-PA) abriram quatro inquéritos para investigar o caso, sendo que um deles resultou na apreensão de notebooks, celulares, HDs e anotações que foram alvo de perícia.

Contudo, cinco anos após o ocorrido, não houve nenhum indiciamento ou prisão, e todos os processos foram arquivados. O Programa Queimadas, do Inpe, aponta que Novo Progresso é o quarto município com o maior número de queimadas detectadas em 2024, com 2.292, perdendo apenas para Corumbá (MS), com 4.243; Apuí (AM), com 3.401; e Lábrea (AM), com 2.464.

 

Investigações

 

A Polícia Federal confirmou ao Brasil de Fato que está com 31 investigações em andamento sobre a origem dos incêndios no país. O Dia do Fogo foi usado pela ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, como comparação ao que aconteceu no Estado em agosto último.“Da mesma forma que tivemos o Dia do Fogo há uma forte suspeita que agora esteja acontecendo de novo.Em São Paulo não é natural, em hipótese alguma, que em poucos dias tenham tantas frentes de incêndio envolvendo vários municípios. Mas obviamente que isso as investigações vão dizer”, disse, em agosto.

“A impunidade sempre tem relação com a continuidade das infrações ambientais, e o Brasil tem dificuldade em impor essa responsabilização. Essa não responsabilização sobre o que aconteceu no Dia do Fogo, que foi orquestração criminosa, é muito ruim e acaba impulsionando a possibilidade de novas ocorrências similares. Isso, inclusive, já pode estar acontecendo”, frisa Suely Araújo, ex-presidente do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e atual coordenadora de Políticas Públicas da organização não-governamental Observatório do Clima, à BBC.

 

Foto: Reuters

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