Já noticiamos em Incêndio que as chamas podem ocorrer por diversos motivos de ignição, sejam por fatores externos, como a crise climática, gerando fogo e focos de calor, até mesmo por combustão espontânea. Um dos itens que podem auxiliar os bombeiros no entendimento do comportamento do fogo é a utilização de câmeras térmicas.
Rodrigo Cunha, gerente de negócios na Hikvision, empresa global especializada em equipamentos e soluções em segurança, explica que o equipamento é capaz de identificar variações anormais de temperatura antes mesmo que se manifestem as chamas, sendo possível também analiticamente identificar fumaças, resultando a resposta célere na preservação de infraestruturas, incluindo data centers, indústrias e centros de distribuição, bem como a cobertura de grandes áreas, como florestas e plantações.
“As câmeras térmicas assumem papel crucial, proporcionando uma abordagem proativa e tecnologicamente avançada. A preocupação das empresas quanto à segurança de suas instalações e ao risco crescente de incêndios, que podem se propagar rapidamente por toda a propriedade, está em ascensão”, arremata.
Câmeras térmicas
É sabido que no mercado há também uma gama de demais itens com a mesma função, como os detectores de fumaça e câmeras ópticas. Contudo, segundo os especialistas, esses equipamentos têm como desvantagens as limitações na verificação e no tempo de aviso. “As câmeras térmicas são muito mais eficientes, sendo escolhidas para áreas onde outros modelos podem apresentar falhas. Muitas podem ser integradas à inteligência artificial (IA), resultando resulta em avanços notáveis, já que por meio de algoritmos e da aprendizagem da máquina (Deep Learning) aprimoram a precisão dos alarmes”, destaca Cunha.
Na Coreia do Sul, o complexo da usina elétrica a carvão de Dangjin (DCFPC) instalou um sistema de aviso de incêndio baseado em câmeras termográficas. A proprietária da usina, a Korea East-West Power Company (EWP), teve essa iniciativa para mitigar o risco de combustão espontânea no sistema de transporte do material.
“A câmera termográfica pode detectar o menor aumento de temperatura e, além de emitir alertasao pessoal automaticamente, também dispara o sistema de aspersão automático. Dessa maneira, evita-se ou extingue-se incêndios com carvão, aprimorando a segurança da usina e garantindo a continuidade da produção de energia”, destaca Kim Young Min, gerente do complexo, em artigo da fabricante de câmeras Teledyne FLIR.
Na prática
Em janeiro, o Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC), em Florianópolis, foi acionado para uma ocorrência de incêndio em um prédio comercial. Por conta da fumaça, a câmera térmica foi utilizada para realizar uma ação ainda mais eficiente, mesmo diante da situação desafiadora.
“O equipamento foi adquirido recentemente pelo 1º Batalhão de Bombeiros Militar (1ºBBM) em Florianópolis. Após acessar a sala que precisou ser arrombada, verificou-se exatamente onde as chamas estavam concentradas, não se alastrando para as lojas vizinhas. A equipe também se movimentou com segurança no interior da loja, otimizando as ações de combate ao fogo e aumentando a segurança de todos”, destaca nota.
Já em Itapema, também em Santa Catarina, a corporação também adquiriu o item, sendo essencial na localização de fontes de calor, focos de incêndio ocultos e vítimas em ambientes com fumaça densa, em que a visibilidade é severamente comprometida. “Outro aspecto crucial é a capacidade da câmera termográfica em identificar pontos quentes em estruturas, contribuindo para evitar colapsos e garantir a segurança da equipe de resgate. Sua portabilidade facilita o manuseio em diferentes situações, possibilitando uma resposta rápida e eficaz”, finaliza, Capitão Neto, comandante do Corpo de Bombeiros local, à Rádio Cidade SC.
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