Brasil está se tornando referência na proteção contra incêndio em museus, aponta especialista

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As grandes tragédias no Museu Nacional (RJ) e no Museu da Língua Portuguesa (SP) parecem terem servido de lição para que novas tragédias acometam outras instituições culturais. Nem mesmo o princípio de incêndio no antigo Museu da Casa Brasileira, que foi rapidamente controlado no ambiente externo, deve mudar esse panorama. Pelo menos essa é a análise de Marcelo Lima, consultor do Instituto Sprinkler Brasil. De acordo com o especialista, esses episódios acabaram sendo divisores de águas na segurança do patrimônio cultural e histórico no país, especialmente em museus.

“Anos atrás era comum nos depararmos com certa objeção por parte dos responsáveis por grandes instalações culturais ao uso de sprinklers, talvez pelo fato de desconhecerem seu funcionamento e o receio de eventuais danos causados pela água no combate a focos de incêndio. Hoje é possível notar uma mudança de mentalidade dos gestores em compreender que uma obra de arte pode ser recuperada mesmo após ser molhada e não ficar esperando ser carbonizada”, afirma o consultor.

 

Proteção dos museus

 

Atualmente grandes museus brasileiros, como o Museu do Ipiranga, o Museu da Língua Portuguesa e o novo anexo do MASP, todos localizados em São Paulo, já contam com sprinklers em seus sistemas de proteção e combate a incêndio para prevenir ocorrências. Já o Museu da Imagem e do Som e o Museu Nacional, ambos no Rio de Janeiro, também contarão com sprinklers em suas futuras instalações.

“O trabalho de conscientização feito nos últimos anos, especialmente pelo Corpo de Bombeiros Militar do Estado de São Paulo e entidades responsáveis pela proteção do patrimônio histórico e cultural do Brasil, tem contribuído significativamente para que o governo e as autoridades responsáveis se empenhem em investir na segurança contra incêndio nesse tipo de edificação. Não podemos mais permitir que tragédias destruam o patrimônio cultural do nosso país”, ressalta Lima.

Ainda de acordo com o especialista, são necessárias atualizações na legislação brasileira que contemplem as particularidades das edificações culturais, como os museus, nos requisitos mínimos para a proteção adequada contra incêndio. “Edifícios patrimoniais, mesmo que sejam construções antigas, precisam contar com sistemas de segurança que atendam rapidamente em caso de foco de incêndio e previnam maiores danos”, conclui.

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