Agronegócio dá exemplo em Campanha de Prevenção e Combate aos Incêndios

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Educação, comunicação e inteligência são algumas das premissas que norteiam a Campanha de Conscientização, Prevenção e Combate aos Incêndios, lançada pela Associação Brasileira do Agronegócio da Região de Ribeirão Preto (Abag/RP), em 2015, logo após a ocorrência de um incêndio na Estação Ecológica de Ribeirão Preto (SP). A iniciativa envolve a Abag/RP, seus associados, e outros parceiros, como: usinas, cooperativas e associações de produtores rurais.

Segundo a Abag/RP, a iniciativa surgiu porque na época do incêndio houve rumores de que o fogo havia começado em uma plantação de cana, mas na realidade foi provocado por velas usadas em um ritual religioso realizado no interior da reserva. O fogo incinerou aproximadamente 50 hectares de mata, e seriam queimados muitos mais, se não fosse a expertise no combate aos incêndios e a pronta intervenção das usinas do entorno, que disponibilizaram equipamentos e brigadistas altamente capacitados. “Esse episódio evidenciou a necessidade de esclarecer para a população que o fogo não interessa ao setor produtivo. Ao contrário, é prejudicial, e por isso o investimento contínuo em aquisição de tecnologias de monitoramento, equipamentos e treinamentos na prevenção e combate aos incêndios”, destaca Mônika Bergamaschi, presidente do Conselho da Abag/RP.

 

Planos de Auxílio Mútuo

 

A campanha tem alcançado bons resultados junto aos produtores rurais e mostra que o potencial destrutivo e a violência dos incêndios fazem com que a prevenção seja um tema recorrente na agenda de prioridades de empreendedores, sejam urbanos ou rurais. “No campo, ações preventivas têm sido adotadas pelos produtores rurais, como a implantação e manutenção de aceiros, principalmente os lindeiros a rodovias e vias públicas, para evitar que eventuais focos de fogo atinjam plantações e áreas de vegetação nativa. Além disso, produtores rurais e agroindústrias participam dos chamados Planos de Auxílio Mútuo (PAM), que reúnem forças do campo e da cidade para combater incêndios”, explica Mônika.

Segundo ela, a importância da Campanha para os produtores rurais tem três vertentes principais: o levantamento das tecnologias e resultados dos programas já adotados por outros parceiros; a aproximação entre as forças públicas, a comunidade e o setor privado, e a forte veia de comunicação, educação e conscientização de toda a sociedade. “Esses fatores são imprescindíveis para que o trabalho de prevenção e combate aos incêndios seja feito de forma conjunta e coordenada, o que é fundamental para concentrar esforços e determinante para ampliar as chances de sucesso na prevenção e combate ao fogo”, informa e, acrescenta: “placas de estrada, instaladas pela região, alertam para o perigo dos incêndios e trazem o número do telefone da brigada mais próxima. O rápido combate ao fogo é decisivo. As brigadas de diferentes empresas e organizações trabalham em conjunto não apenas no campo, como também em ocorrências e em cidades nas quais não há bombeiros. Em algumas localidades, as próprias usinas emprestam equipamentos, fazem o combate, e atémesmo treinam as brigadas municipais”.

 

Campanha permanente

 

O levantamento para detectar se um incêndio foi criminoso ou aconteceu pelo descuido de alguém que não deu a destinação correta para o lixo, por exemplo, conforme Mônika, só pode ser feito por técnicos especializados e peritos, e o objetivo da Campanha não é determinar a causa, mas prevenir a ocorrência dos incêndios. “Segundo a Polícia Ambiental, a maioria dos incêndios acontece por ação, ou omissão do homem. Fogo em lixo, no campo e na cidade, bitucas de cigarros atiradas acesas, cacos de vidros e latas, balões, tochas e fogueiras usadas em pescarias e piqueniques, para citar alguns. Por isso a Campanha alerta que atitudes impensadas podem ter sérias consequências”, explica.

Mas existem também, infelizmente, incendiários criminosos, que colocam fogo na vegetação sabendo das consequências, e o fazem por vingança, ameaça, coação, ou outros sentimentos humanos menos nobres. Mônika informa que as pessoas que forem pegas ateando fogo respondem por crime enquadrado no Art. 250 do Código Penal: causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem:

  • 1º – As penas aumentam-se de um terço:

II – se o incêndio é:

  1. h) em lavoura, pastagem, mata ou floresta.

Pessoas em atitude suspeita devem ser denunciadas junto aos órgãos competentes.

A Campanha é realizada durante o período mais seco do ano, quando historicamente a ocorrência de focos de incêndio é maior, mas para 2022, que a incidência de chuvas tem aumentado, Mônika conta como a campanha está sendo planejada: “quando as chuvas chegam, a tendência é esquecer a seca e os incêndios que ocorreram. É um erro. A Campanha tem que ser permanente, pois incêndios seguirão acontecendo, só não se sabe onde, e nem a intensidade, por isso é necessário um trabalho contínuo de educação, comunicação e prevenção. Nos meses de chuva a Abag/RP e seus associados planejam outras ações, desenvolvem e atualizam peças publicitárias, e buscam novas parcerias, sempre para ampliar o alcance do trabalho”, ressalta.

Além disso, usam os materiais gráficos, como cartilhas, placas, outdoor, busdoor e vídeos são atualizados. “A Campanha de 2022 está em fase de planejamento e é certeza que teremos novamente a divulgação diária do `Indicativo de Incêndios´, um trabalho contratado junto à Somar Meteorologia. O Indicativo correlaciona as condições observacionais e de previsão de chuva em curto e médio prazo, umidade relativa, balanço hídrico e outras variáveis meteorológicas, apontando, com precisão, as áreas e regiões com maior potencial de risco de ocorrência e propagação de fogo”, completa.

 

Ações além do campo

 

Segundo Mônika, a Campanha está presente em toda a região de atuação da Abag/RP, e os próprios parceiros têm se encarregado de extrapolar, em muito, a região de Ribeirão Preto. Ela comenta que muitos parceiros possuem unidades produtivas em outras regiões do estado de São Paulo, Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais. “Um bom exemplo é da Orplana (Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil), que participa da Campanha desde a primeira edição e reúne 31 associações de produtores, que cultivam mais de 750 mil hectares em terras paulistas e em outros estados”, diz.

A executiva destaca que todos os anos novos parceiros aderem à Campanha, e o convite está permanentemente aberto a todos que quiserem participar, diretamente ligados ao agro, ou não, como indústrias, outras associações e cooperativas, concessionárias de rodovias, empresas de logística, entre outros.

As expectativas da Abag/RP com o desenvolvimento da campanha em 2022 são muito boas. “Buscamos sempre inovar, e buscar formas de levar a mensagem com leveza, da maneira mais compreensível possível, ao maior número de pessoas. Pretendemos sempre aprimorar, e estamos abertos a sugestões que contribuam para deixar claro que o problema dos incêndios não é apenas do campo, eles podem acontecer em qualquer lugar”, finaliza.

Para saber mais sobre as sete edições anteriores da Campanha as pessoas podem acessar o site https://www.incendiosprevina.com.br/.

Os interessados em atuar mais diretamente podem entrar em contato com a ABAG/RP pelo e-mail abagrp@abagrp.org.br.

 

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