Estamos no Abril Verde, mês de conscientização e alerta sobre as doenças ocupacionais. E na profissão de bombeiro, correr o risco não apenas faz parte, mas também é rotina diária dessas pessoas trabalhadoras, que podem se acidentar durante sua jornada.
E isso não engloba apenas a saúde física: pesquisas da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro) apontam que trabalhadores de segurança pública (policiais, bombeiros e agentes penitenciários) e da saúde (médicos, enfermeiros e técnicos) estão expostos a condições de trabalho particularmente estressantes, que podem gerar sofrimento mental.
Para prevenir tais contextos, corporações pelo país estão se mobilizando nessa campanha preventiva. No Amapá, o Corpo de Bombeiros (CBMAP) realiza atividades educativas, indo aos grupamentos e colocando cartazes informativos sobre o tema, destaca capitão Bentes, coordenador adjunto na Coordenadoria de Programas e Projetos (CPRP) da corporação.
“Os cursos de formação possuem a disciplina de Saúde e Segurança do Trabalho em suas grades curriculares. E esses conceitos são aplicados em todas as disciplinas operacionais tendo em vista que a atenção às regras de segurança das atividades, os treinamentos constantes e o uso adequado dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) são ações essenciais que visam à prevenção e controle dos riscos ocupacionais”, informa comunicado do CBMAP.
O mês lembra o dia 28 de abril de 1969, quando 78 trabalhadores morreram vítimas de uma explosão em uma mina de carvão na Virgínia, EUA. Em 2003, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) instituiu a data como Dia Mundial da SST e no Brasil, a Lei nº 11.121 de 2005 estabeleceu a mesma como o Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho, além de também lembrar do Dia Mundial da Saúde (7 de abril).
Abril Verde e ações para a SST das tropas
Uma iniciativa que visa voltar as atenções aos bombeiros vem da corporação de Mato Grosso do Sul (CBMMS), inédito na instituição. O “Cuidando de quem cuida” tem como foco ações voltadas para melhoria da qualidade de vida dos bombeiros, por meio da avaliação e reavaliação das condições físicas antropométricas do efetivo e o tratamento dos dados obtidos.
Para tanto, foram adquiridos aparelhos de bioimpedância, capazes de examinar a composição corporal, estimando a massa magra, gordura corporal, água corporal total, entre outras informações mais precisas sobre o estado nutricional dos militares.
Tenente Rosana Lopes, uma das oficiais especialistas em Educação Física do CBMMS, esclarece que são primordiais essas coletas de dados para diagnóstico e prognóstico das condições de saúde. Também comenta que a equipe visitará em todas as unidades do CBMMS para esse monitoramento de progresso, identificação das necessidades de cada militar, planejamento de metas, identificação de risco e prevenção de lesões.
“A avaliação de bioimpedância é a todos os bombeiros da ativa, inclusive no interior do estado. Isso é importante porque teremos dados da composição corporal e de saúde da nossa tropa, e, assim,podemos planejar e desenvolver ações preventivas. O foco é na melhoria da qualidade de vida dos nossos militares”, frisa.
Segundo o CBMMS, a expectativa é que o acompanhamento constante e individualizado não apenas melhore o atendimento prestado à população, mas principalmente, leve a prevenção de doenças e auxilie no bem-estar dessas pessoas que dedicam a vida a salvar outras.
Foto: CBMMS
