Sistemas de hidrantes mais eficientes são decisivos no combate aos incêndios

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Os incêndios que assolaram Los Angeles no início do ano tiveram um fato pertinente: os hidrantes secaram por conta de não suprirem a forte demanda. “Estamos combatendo um incêndio florestal com sistemas de água urbanos e isso é um verdadeiro desafio”, reportou à época, Janisse Quiñones, chefe do Departamento de Água e Eletricidade da cidade dos EUA.

O caso reforça a importância desse equipamento no combate às chamas, que está conectado diretamente à rede de abastecimento,fornecendo uma fonte de água pressurizada. Vale lembrar que obstruir e estacionar no local onde está um hidrante é infração de acordo com o inciso VI do Art. 181 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB).

“A Norma Técnica Nº 001/2008 estabelece que o dispositivo é de uso exclusivo do Corpo de Bombeiros para abastecimento de viaturas em operações de extinção de incêndio. Sua instalação é exigida em edificações com mais de 30 unidades de casas, apartamentos, leitos, salas comerciais, de aulas e similares, e plantas industriais com área superior a 750m² e carga de incêndio igual ou maior a 800 MJ/m²”, informa artigo do Comando de Engenharia de Prevenção de Incêndio (Cepi), do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará (CBMCE).

 

Regras em relação aos hidrantes

 

Os regramentos sobre a instalação de equipamentos para hidrantes são especificas em estados e municípios brasileiros. No município de Hortolândia, SP, por exemplo, a Câmara aprovou o Projeto de Lei 180/2024, de autoria do vereador Régis da Serralheria, que garante ao Corpo de Bombeiros a possibilidade de escolher a contrapartida a ser adotada por novos empreendimentos imobiliários e loteamentos no município.

Segundo o texto, a opção entre hidrantes ou equipamentos de salvamento deve ser feita de maneira estratégica, sem custos adicionais aos empreendedores e em consonância com a salvaguarda de todos os munícipes.”A segurança da população precisa ser prioridade. Não adianta termos apenas hidrantes se, em determinadas situações, os bombeiros precisam de equipamentos específicos para um resgate eficaz. Essa lei traz mais flexibilidade e melhora a resposta às emergências no município”, frisa o vereador.

Na cidade de São Paulo, desde 2019, vigora a Lei dos Hidrantes (nº 16.900/18), que dentre as regras, é exigida a instalação de hidrantes em edificações já existentes que estejam em reforma e impliquem aumento de 50% de sua área construída computável e resultem em área construída computável igual ou superior a 4.000m².

“A compra e instalação de hidrante e acessórios deverão ser custeadas pelo empreendedor, com anuência da fornecedora de água e esgotamento sanitário, que por sua vez, deverá mantê-lo sempre em perfeitas condições e indicar sua localização ao Corpo de Bombeiros e à prefeitura”, destaca o comunicado.

 

Manutenção

 

Como vimos, não basta a instalação de hidrantes, é preciso também o alinhamento estratégico entre concessionárias de água e corporação, além da manutenção preventiva desses dispositivos.

No Rio de Janeiro, a Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do estado (Agenersa) se reuniu com o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ) com oobjetivo de realizar o georreferenciamento da rede de hidrantes e ter um diagnóstico da sua atualidade e funcionamento. Na ocasião também determinaram aperfeiçoamentos, consertos necessários e ampliação, além de elaborar as normas complementares ao Código de Segurança contra Incêndio e Pânico (COSCIP).

O CBMRJ solicitou à Agenersa o auxílio em normatizar a resposta por parte das concessionárias sobre a viabilidade de instalação de hidrante interno em empreendimento imobiliário. “Hoje, as concessionárias somente respondem aos ofícios do Corpo de Bombeiros, o que dificulta na liberação do imóvel. A ideia é possibilitar que o responsável pelo empreendimento faça esse requerimento diretamente à concessionária e encaminhe ao Corpo de Bombeiros”, afirma nota.

Já em Blumenau, SC, o Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) e o Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC) estão avaliando as condições dos hidrantes da região. A manutenção foi necessária nos 330 hidrantes que integram o sistema em Blumenau, atendendo a normativa dos bombeiros de combate a incêndios.

“Os projetos de novas redes e expansão da cidade já preveem a instalação de novos hidrantes, ampliando a área de cobertura oferecida pela autarquia. A ação com o Corpo de Bombeiros visa melhorar o sistema, com a instalação de novos equipamentos em pontos a serem definidos em conjunto”, afirma Alexandre de Vargas,presidente do Samae.

Foto: prefeitura de Blumenau e CBMSC

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