Notícias de incêndios estruturais nas indústrias aumentam 5,6% até setembro
As notícias de incêndios estruturais nas indústrias apresentaram alta até setembro. É o que revela levantamento do Instituto Sprinkler Brasil, organização sem fins lucrativos que tem como missão difundir o uso de sprinklers nos sistemas de prevenção e combate a incêndios em instalações industriais e comerciais no País.
Por meio do monitoramento diário de notícias de incêndios no Brasil, o Instituto conseguiu capturar 170 ocorrências de incêndios estruturais nas indústrias até setembro deste ano ante o mesmo período anterior, representando alta de 5,6%, quando foram registradas 161 notícias.
Recentemente uma grande fabricante de chocolates foi atingida por incêndio de grandes proporções, acionando um alerta para a falha nas medidas de prevenção.
Incêndios estruturais
Os incêndios estruturais podem ser prevenidos com as medidas adequadas. Marcelo Lima, consultor do ISB, essa ocorrência mostra que há poucas exigências para a proteção contra incêndios nas indústrias. “Isso abre brechas para a construção de edificações industriais sem compartimentação e sem sprinklers, aumentando consideravelmente o risco de novos incêndios. A legislação para as indústrias é muito branda e precisa ser revista urgentemente. Vemos por meio do nosso monitoramento que os casos de incêndios nas indústrias aumentam todos os anos e nada acontece. A legislação para as indústrias não tem o mesmo rigor e exigência na segurança contra incêndio como acontece com outros tipos de edificações”, dispara.
Os sinistros contabilizados são os chamados “incêndios estruturais”, ou seja, aqueles que poderiam ter sido contornados com a instalação de sprinklers e ocorreram em depósitos, hospitais, hotéis, escolas, prédios públicos, museus, entre outros. O ISB não inclui nas estatísticas os incêndios residenciais, que apesar de também serem incêndios estruturais, não são objeto de acompanhamento porque a legislação de segurança contra incêndio não se aplica a residências unifamiliares, onde acontece o maior número de ocorrências.
Uso de sprinklers ainda é tímido
Em pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos junto a empresas multinacionais e de capital nacional com mais de 250 funcionários a pedido do ISB, revelou que o grau de adoção de sprinklers nas empresas é baixo. Apenas 36% das 300 companhias entrevistadas pelo Ipsos disseram contar com sistemas deste tipo em suas instalações.
O levantamento mostrou ainda que apenas 14% das entrevistadas disseram contar com sistema deste tipo em todas as suas unidades e 22% declararam contar com o sistema em apenas algumas unidades operacionais.
O estudo detectou que o uso de sprinklers é maior entre as multinacionais. 48% das empresas estrangeiras, com operações no país, ouvidas pelo levantamento, disseram ter sprinklers em suas operações. Entre as empresas nacionais, o índice é de 34%.
O porte também influi na aderência a este tipo de tecnologia. O índice de uso sprinklers em empresas com mais de 500 funcionários é de 45%. Entre empresas menores, com 250 a 499 funcionários, o percentual é de 28%.
Foto: ES360