Já foram detectados mais de 22 mil focos de incêndios florestais este ano. No mesmo período de 2015, o número não passava de 15 mil. Os dados são do monitoramento do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Foi a Amazônia o bioma que mais registrou focos: 49,7%. Mato Grosso, Roraima, Pará e Tocantins foram os estados brasileiros com mais queimadas. Esses dados já contabilizam os seis primeiros dias de junho.
O coordenador do Núcleo de Pesquisa e Monitoramento do Prevfogo (Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais), Rossano Marchetti, afirma que os fenômenos climáticos são os maiores responsáveis pelo aumento.
“Estamos passando por um dos piores El Ninõs registrados. E entre as consequências a diminuição das chuvas no norte/nordeste da Amazônia”, diz Rossano.
Rossano explica que o clima seco facilita a propagação do fogo, mas é a ação humana a maior causa dos incêndios, como a utilização de técnicas de queimadas nas plantações. De acordo com o coordenador Pesquisa e Monitoramento do Prevfogo, embora o começo do ano tenha registrado muitos focos de calor, a maioria dos registros acontecem entre os meses de agosto e outubro.
“Só para você ter uma ideia os focos de calor registrados nos primeiros quatro meses do ano, em proporção ao ano todo dá menos de 4% nos primeiros meses. Agora a gente vai entrar na época mais seca do Brasil, onde ocorre a grande quantidade de queimadas e incêndios. A gente não está saindo da fase crítica”, explica Rossano.
Rossano destaca que para prevenir os incêndios o produtor rural deve procurar alternativas para as queimadas. Ele também lembra que mesmo a legislação brasileira proibindo a soltura de balões. A prática, que cresce muito por conta das festas juninas, aumenta ainda mais o número de incêndios no país.
Com informações da EBC – Repórter Amazônia
