Conheça as estratégias do ICMBio para conter os incêndios florestais

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Promovidas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), as ações de controle a incêndios florestais em unidades de conservação (UCs) geram despesas em torno de 10% do que é gasto, normalmente, no combate a incêndios de grandes proporções. Isso sem contar a perda da biodiversidade provocada pelo fogo, a fumaça que compromte a saúde das pessoas e os estragos provocados nas economias locais.

As informações são do coordenador de Emergências Ambientais do ICMBio, Christian Berlinck, ao comentar os prejuízos causados pelos incêndios florestais ao Estado e à sociedade brasileira. Segundo ele, mais de 90% dos incêndios florestais têm origem antrópica (causada pela ação do homem). Entre as principais causas, estão o uso incorreto do fogo para renovação de pastagens e limpeza de roça no entorno da unidade de conservação, fogo para caça e ações criminosas, como represália à gestão ou criação de UCs.

Manejo integrado
Sobre as estratégias de prevenção, Berlinck destaca o Manejo Integrado do Fogo (MIF), que começa a ser adotado pelo ICMBio. O MIF trabalha com três pilares essenciais: a ecologia do fogo (como o fogo reage com o ambiente, pesquisa e monitoramento do fogo); aspectos socioeconômicos (quem usa o fogo e por quê) e a exclusão do fogo (o combate propriamente dito). “O objetivo é equilibrar necessidades ambientais e sociais, orientadas por meio de monitoramento, na busca de um uso sustentável do fogo, socialmente justo e ambientalmente equilibrado”, diz o coordenador da Coem, ao ressaltar que o MIF se aperfeiçoa a cada ciclo, uma vez que, após o planejamento e implementação das ações, seguem-se as fases de monitoramento e avaliação para o próximo período.

Segundo Berlinck, o fogo faz parte do ciclo de vida em biomas de savanas, como o Cerrado. Regiões que ficam muito tempo sem queimar acumulam grandes quantidades de material vegetal combustível. Dessa forma, quando surge um incêndio, ele logo toma proporções grandiosas, o que torna o combate muito difícil.

Queima prescrita
A queima prescrita, ainda segundo Berlinck, é um método de prevenção utilizado pelo ICMBio. É realizada em áreas e períodos específicos, estabelecidos de acordo com o planejamento do MIF e tem como objetivo consumir o material combustível acumulado, renovando a vegetação e preservando a diversidade biológica.

Com essa estratégia, é possível haver em uma mesma unidade regiões que não queimam há anos, outras com queima recente e outras se recuperando de incêndios anteriores. Esses diferentes estágios formam as várias fisionomias do Cerrado, preservando as mais sensíveis ao fogo. A queima prescrita é realizada no início do período da seca e é o mais próximo da queima natural que as áreas de savana normalmente estão habituadas.

Aceiro
O aceiro é outra técnica utilizada pelo ICMBio, como destaca o coordenador da Coem. Nesse caso, uma faixa de vegetação é sacrificada, provocando a descontinuidade de material vegetal combustível e, assim, evitando que o fogo de queimadas e incêndios se propague para outras áreas da UC. Uma das diferenças entre a queima prescrita e o aceiro é a intensidade da queima, que no aceiro é total, consumindo toda a vegetação, enquanto na queima prescrita o fogo é mais brando, permitindo a recuperação das espécies.

De acordo com Berlinck, o planejamento dessas ações leva em conta, entre outros fatores, o período de reprodução das espécies tanto da flora como da fauna para que o impacto seja o menor possível.

Educação ambiental
O trabalho de educação ambiental e conscientização das comunidades do entornos das áreas protegidas também é muito importante, lembra Berlinck. Nessa frente, o objetivo é estabelecer uma relação com as pessoas, entender a necessidade do uso do fogo em suas práticas agropastoris e difundir técnicas para tornar esse uso menos impactante e mais eficaz.

“O uso do fogo ajuda a prevenir grandes incêndios, porém essas técnicas devem ser realizadas no período correto, normalmente no início do período de seca. Com o início do mês de agosto estamos avançando para a época mais crítica, pois a vegetação está mais vulnerável e o combate se torna mais complexo. Logo nenhuma forma de fogo é indicada nesse período”, afirmou o coordenador da Coem, ao alertar para os riscos.

Brigada de incêndio
Com a chegada do período mais crítico da seca (agosto e setembro), o ICMBio já está com toda a estrutura montada para prevenir e combater incêndios florestais, muito comuns nessa época do ano. Segundo a Coordenação de Emergências Ambientais do ICMBio, foram contratados 1.170 brigadistas para atuar em 78 unidades de conservação, situadas majoritariamente nos estados das regiões Sudeste, Centro-Oeste e Norte, mais vulneráveis nesse período.

Fonte: Comunicação ICMBio

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